O Acelerador de Soluções Baseadas na Natureza em Cidades continua a conectar os projetos acelerados com potenciais financiadores. Destaques da aceleração, o Parque dos Ipês, de Campo Grande (MS), e o Parque Pirapora, de Maranguape (CE), foram apresentados em uma mesa redonda de investidores no Fórum UrbanShift América Latina, realizado em Belém (PA).

Com o tema Financiamento por cidades verdes e resilientes, o evento reuniu em Belém 260 participantes de 35 países, entre autoridades, líderes de governos, técnicos e representantes de empresas, instituições financeiras e sociedade civil. O fórum foi composto por atividades de capacitação, painéis e de uma mesa redonda com investidores de vários bancos de desenvolvimento nacionais e internacionais.

Destaque na Mesa Redonda com Investidores

Em agosto de 2023, os projetos de Campo Grande e Maranguape foram selecionados para a fase de impacto do Acelerador e estabeleceram as primeiras conexões com financiadores no FinanCidades. Desde então, passaram a receber apoio individualizado para avançarem etapas de estruturação. O desempenho dos projetos no Fórum UrbanShift evidenciou a melhoria contínua na estruturação das propostas e na capacitação das equipes.

Campo Grande apresentou o Parque dos Ipês para New Development Bank (NDB), Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e Banco de Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata). Segundo a bióloga Christiane Corrêa, analista ambiental da Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano (Planurb) de Campo Grande, os retornos recebidos foram positivos. “São instituições internacionais, focadas em uma escala maior. Deram o retorno de a gente pensar em uma visão mais holística para a cidade e focar no nosso plano de manutenção”, conta. “A gente vê muita relação com o que foi falado no Acelerador, para a gente estruturar o projeto do ponto de vista de ser mais aderente às instituições financeiras, de ter um bom plano de manutenção e pensar como o projeto vai ser sustentável no futuro.”

Maranguape apresentou o Parque Pirapora a representantes da Caixa e do BNDES. “Dessa vez foi mais tranquilo e a gente pôde detalhar com mais calma algumas coisas que a gente não tinha conversado antes. Todo o processo de aprendizado que a gente vem passando através do Acelerador tem encorpado o projeto e ajudado a gente a ficar mais estruturado e mais financiável, pelo que a gente tem visto”, relata Morganna Rangel, arquiteta e urbanista da Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo de Maranguape (CE).

A coordenadora de Financiamento e Economia Urbana do WRI Brasil, Magdala Arioli, conta que o desempenho dos projetos acelerados foi elogiado. “Em conversas com representantes de instituições presentes no evento, vários destacaram a qualidade dos projetos de Campo Grande e Maranguape, e como é perceptível que eles tiveram acesso a mais capacitação e treinamento.”

A impressão seria confirmada nos últimos dias de Fórum, quando os projetos foram destaques no curso de “Acesso ao Financiamento Climático Urbano” da Academia de Cidades UrbanShift. Campo Grande foi considerado o melhor pitch entre os oito projetos apresentados, e Maranguape ficou na segunda colocação.

Rumo ao financiamento e implementação

Segundo Morganna, o fórum serviu para consolidar uma aproximação com o BNDES que pode viabilizar o início da implementação do Parque Pirapora. “Entramos em contato com o banco a partir do WRI Brasil, e fortalecemos a parceria no UrbanShift”, comenta.

O Parque dos Ipês também está “a todo o vapor”, como conta Christiane: “Estamos trabalhando intensamente nas documentações para estruturar as regularizações fundiárias e lançar o decreto do parque”, conta. O decreto é importante porque asseguraria a implementação do parque e reduziria a percepção de risco diante de financiadores.

Os aprendizados do Acelerador estão sendo consolidados e analisados, e serão lançados em um produto de conhecimento no segundo semestre de 2024.

O Acelerador de Soluções Baseadas na Natureza em Cidades é uma realização do WRI Brasil com apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Conta com financiamento da Caterpillar Foundation e do Ministério do Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino Unido (Defra UK), e parceria da iniciativa Cities4Forests e da Aliança Bioconexão Urbana.