A inclusão da abordagem de gênero e de diversidade pode aumentar significativamente a eficiência de um projeto de restauração. Além disso, produtores e produtoras rurais, agricultores familiares e comunidades rurais podem produzir de forma inclusiva, respeitando o ambiente, restaurando áreas degradadas e gerando emprego e renda.

Existem evidências mostrando que quando a desigualdade de gênero é alta, o esgotamento florestal e a degradação ambiental também são altos. Apesar disso, as mulheres tradicionalmente estão fora de processos de governança ambiental e de direitos de terra, mesmo representando 25% dos chefes de família em áreas rurais.

Ao colocar as mulheres como protagonistas, a restauração de paisagens e florestas pode ser uma alternativa viável para um desenvolvimento que respeite o meio ambiente nessas comunidades. Desta forma, o WRI Brasil engaja as mulheres, contribuindo para uma visão de longo prazo das estratégias de restauração.

No WRI Brasil, a interseção entre igualdade de gênero e restauração florestal é trabalhada na abordagem do programa de Florestas e, em especial, em dois projetos diferentes, no semiárido nordestino e na floresta amazônica.

Bacia do Jacuípe, região de Pintadas (BA): na cidade de Pintadas, no interior da Bahia, o WRI Brasil trabalha para estimular o plantio de árvores nativas da Caatinga. A partir da mobilização para construção de uma fábrica de processamento de polpa de frutas nativas da Caatinga, estimula-se a demanda para a colheita dessas frutas, como o umbu e o maracujá da caatinga. Essa economia ao redor dos frutos incentiva produtores a plantar árvores, restaurando áreas degradadas e melhorando a qualidade do solo e capacidade do ambiente local a se adaptar a secas extremas. O projeto é financiado pela Good Energies Foundation.

Juruti (PA): no interior do Pará, na cidade de Juruti (foto acima), o WRI Brasil trabalha para trazer capacitação, treinamento e apoio a famílias dispostas a trocar a forma de cultivo tradicional de mandioca por uma produção em sistemas agroflorestais. As famílias, na maior parte lideradas por mulheres, aprenderam técnicas para diversificar sua produção, integrando o plantio de árvores amazônicas – seja para frutas, castanhas ou madeira – com a lavoura tradicional de mandioca. O projeto é financiado pela Alcoa Foundation.

 

Foto: Joana Oliveira/WRI Brasil