Uma das primeiras ações esperadas do presidente Biden é que inicie o retorno dos Estados Unidos ao Acordo de Paris. O processo formal de adesão ao acordo leva 30 dias. No âmbito do Acordo de Paris, os países devem apresentar uma nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) ou atualizar a existente antes da COP26 em Glasgow, no Reino Unido, que ocorre em novembro de 2021. Até agora, 71 países, representando 28% das emissões globais de gases de efeito estufa, atualizaram a sua NDC ou apresentaram uma nova.

A seguir, o posicionamento de Helen Mountford, Vice Presidente de Clima e Economia do World Resources Institute:

“Ao voltar ao Acordo de Paris, o presidente Joe Biden sinaliza imediatamente que o engajamento dos Estados Unidos no combate às mudanças climáticas vive um novo momento. Para reconquistar a confiança e a credibilidade, este ato deve ser seguido por uma ambiciosa meta climática dos EUA para 2030 e um aumento significativo do financiamento climático para os países vulneráveis. Isso inclui cumprir a notável promessa de contribuição do país para o Fundo Verde para o Clima. Juntas, essas ações mostrarão que o novo governo leva a sério a construção de uma economia mais resiliente e justa para o país.

“Após ser posto à prova, o Acordo de Paris permanece firme. Embora quase todas as nações tenham aderido ao Acordo de Paris, os Estados Unidos foram os únicos que se retiraram e que agora retornam sob a gestão Biden. Nos últimos quatro anos, cada vez mais líderes globais reconheceram que enfrentar a crise climática é urgente e uma oportunidade. O investimento em soluções de carbono zero irá impulsionar a inovação e criar mais empregos do que os investimentos na velha e poluente economia do passado. Feitos do jeito certo, esses investimentos também podem resolver profundas injustiças. Neste momento, mais da metade das emissões globais de gases de efeito estufa está incluída em compromissos de zerar as emissões de carbono até a metade do século. Embora isso seja extremamente encorajador, os países precisam mostrar determinação para chegar a esses objetivos.

“Não há tempo para esperar, com a COP26 daqui a apenas alguns meses. Agora é a hora dos líderes das nações fundamentarem seus compromissos até 2050 em ambiciosas metas climáticas para 2030. Isso, junto com pacotes de estímulo bem elaborados, pode ajudar a impulsionar retomadas verdes e justas da pandemia de Covid-19. Com a nova presidência dos EUA juntando-se novamente aos líderes mundiais na ação pelo clima, o mundo deve abraçar uma nova era de solidariedade e ambição para lidar com a crise climática.”