Desde a assinatura do Acordo de Paris, em 2015, o mundo avançou pouco para limitar os piores impactos das mudanças climáticas e construir um modelo sustentável de desenvolvimento econômico. Para limitar o aumento da temperatura média do planeta em 1,5°C, considerado um nível seguro para a humanidade, a soma das metas dos países deve representar uma redução de cerca de 55% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2030.

Como sexto maior emissor de GEE e ator relevante na construção do Acordo, o Brasil tem papel fundamental para o sucesso dos objetivos de mitigação climática desta década e para o objetivo de alcançar a neutralidade de carbono até a metade do século. Ou seja, ter uma economia que é capaz de capturar a mesma quantidade de CO2 que ela emite na atmosfera, por exemplo por atividades de reflorestamento. Para isso, precisa garantir que as metas atuais de reduzir as emissões de GEE em 37% até 2025 e em 43% até 2030, ambas em comparação às emissões de 2005, sejam cumpridas. Além disso, necessita de novos compromissos mais ambiciosos que sejam compatíveis com o cenário de 1,5°C e com o objetivo de zerar as emissões líquidas até 2050.

O programa de Clima do WRI Brasil atua com três grandes objetivos: aumentar a ambição da política climática do Brasil alinhada ao Acordo de Paris, aprimorar a capacidade do país de implementar e atingir as metas e compromissos definidos sem reduzir sua produtividade econômica, e aumentar a transparência da ação climática, monitorando e avaliando o progresso das ações necessárias. Essa capacidade de monitoramento e mensuração do progresso é chave para o país e seus setores econômicos comprovarem que estão fazendo sua parte e atraírem investidores.

Para entender se o Brasil está fazendo a sua parte no objetivo de manter as emissões de GEE em níveis seguros, o WRI Brasil contribui com mecanismos e ferramentas para auxiliar governos e o setor privado a medirem o sucesso de seus esforços rumo a uma economia mais limpa, justa e resiliente. A atuação inclui recomendações técnicas para a solução de desafios como os registros de gases de efeito estufa e inventários de emissões, assim como para a elaboração de relatos de GEE. Também foram publicados estudos de monitoramento da implementação da política climática e recomendações para aprimorar a implementação da NDC do país.

Com uma governança bem estabelecida, monitoramento dos resultados e transparência tanto para a sociedade brasileira quanto para atores internacionais, o Brasil estará bem preparado para aumentar sua ambição climática e entrar na trajetória da neutralidade de carbono.


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