O Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, um movimento formado por empresas, governos, produtores rurais, pesquisadores e organizações da sociedade civil para promover a restauração de áreas degradadas e florestas no bioma, completou dez anos. Em uma década de existência, o movimento tem a oportunidade de anunciar em 2020 a restauração de 1 milhão de hectares como parte do seu compromisso ao Bonn Challenge.

Trilhando o caminho para reforçar ações de monitoramento para acompanhar o sucesso dessa meta e entrando na Década da Restauração da ONU, o Pacto anunciou durante a reunião de celebração dos seus 10 anos uma meta mais ambiciosa: promover a restauração de mais um milhão de hectares em apenas cinco anos. Assim, em 2025 o Pacto espera ter colaborado com a restauração de 2 milhões de hectares na Mata Atlântica, o equivalente a quatro vezes a área do Distrito Federal.

A meta é consistente com os resultados que o Pacto comunicou ao longo de 2019. Organizações e pesquisadores membros do Pacto publicaram estudos que mostram os benefícios econômicos, sociais e ambientais da restauração. Por exemplo, um estudo publicado pelo IIS mostrou que priorizar áreas que têm alto potencial de restauração e baixo potencial econômico pode tornar o plantio de florestas mais barato e dar melhores resultados, com proteção de mais espécies e capturando mais carbono da atmosfera.

Além desses resultados significativos para o movimento global da restauração, o Pacto está promovendo um importante debate sobre diversidade e equidade na restauração. O Relatório Temático sobre Restauração de Paisagens e Ecossistemas, por exemplo, trouxe um capítulo reunindo atividades de inclusão social e dimensão de gênero nos diferentes elos da restauração, fortalecendo as comunidades e ajudando a melhor distribuir os ganhos econômicos e ambientais da restauração.

Uma agenda para monitorar a restauração

Para 2020, uma das agendas mais fortes que serão trabalhadas pelo Pacto será a do monitoramento da restauração. O Brasil já é referência em monitoramento do uso do solo por satélite no mundo, mas ainda é preciso desenvolver metodologias para garantir que os satélites consigam captar a restauração na escala da propriedade, de forma a valorizar o trabalho feito pelos produtores no campo.

As organizações do Pacto também trabalharão junto com o projeto MapBiomas para desenvolver análises que possam monitorar a regeneração natural, e pretendem trabalhar com um banco de dados da restauração, tornando-se referência na América Latina.

Novas parcerias pela restauração

Outra novidade na celebração dos 10 anos do Pacto foi a adesão de novos parceiros importantes: o Instituto Estadual de Florestas (IEF) de Minas Gerais e a Fundação Renova. Uma parceria importante do Pacto que tem contribuído para o engajamento dos membros na restauração é a Ecosia: um buscador, similar ao Google, mas que quando utilizado, destina recursos para a restauração florestal no mundo todo – e agora na Mata Atlântica.

O ano de 2019 mostrou que metas ousadas de restauração podem ser cumpridas se forem baseadas em conhecimento científico, diversidade e igualdade dos atores. Agora, nessa nova década da restauração, o Pacto espera continuar mostrando que a restauração das nossas paisagens trará frutos positivos para todos.